O setor de franquias deverá crescer este ano 16% em faturamento, 9% em novas redes e 11% em novas unidades. A Associação Brasileira de Franquias
Por Zulmira Felicio
O setor de franquias deverá crescer este ano 16% em faturamento, 9% em novas redes e 11% em novas unidades. A Associação Brasileira de Franquias (ABF) que acaba de divulgar esses dados, neste início de mês de março, projeta, ainda, mais de 11% de expansão na geração de novos postos de trabalho este ano. O fato se verifica em diferentes segmentos, o mesmo ocorrendo no setor de tecnologia da informação. Informática e Eletrônicos figuram entre os setores que mais cresceram em faturamento: 32,5%.
“A aposta no ramo de franquias se dá pela facilidade de chegar aos interessados e de treiná-los”, confirma o diretor de franquias da Prosoft Tecnologia, Iron Garrido. Sua tese se robustece diante da constatação de que, se, por um lado, o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) vem revolucionando o modelo de gestão das empresas e alterando profundamente a relação entre o Fisco e os contribuintes pessoa jurídica, por outro, está sendo responsável por movimentar os negócios no mercado contábil. “Por isso, queremos ampliar nosso modelo, reconhecido por valorizar o contato mais direto e transparente com o cliente”, justifica ele.
Empresa paulista desenvolvedora de soluções em softwares para escritórios contábeis, a Prosoft Tecnologia vem incrementando o ritmo de expansão de suas operações ligadas à área de franquias em diversos estados do País. Segundo Carlos Meni, CEO da empresa, os primeiros alvos são os profissionais contábeis de Paraná, Santa Catarina, Amazonas, Maranhão, Piauí, Paraíba e Ceará. A captação de franqueados será feita não apenas nas capitais, mas nas cidades de médio porte, com possibilidade de chegar a municípios de menos de 100 mil habitantes. Este processo de ampliação vem crescendo gradualmente a cada ano, e ganha notoriedade maior em localidades onde as mudanças sempre caminharam mais devagar do que nos grandes centros, quase sumindo do “radar” de negócios.
“Depois de estudar cada região, vimos que estes estados têm crescente demanda por parte das empresas, e os contadores estão encontrando dificuldades em atender ao grande volume de solicitações por conta do Sped. São áreas com forte potencial de geração de negócios com softwares contábeis nos próximos anos”, explica Meni. Oito anos depois do início da implantação da nova sistemática, as transformações realmente começam a ganhar corpo em determinadas regiões. Somente agora, que a autoridade tributária está aumentando seu poder fiscalizador, boa parte das empresas percebe que o Sped não é um gasto desnecessário, mas um investimento de longo prazo.
A partir dessa nova visão, notou-se um crescimento da demanda por serviços contábeis cada vez mais especializados, com profissionais mais analíticos, que realmente trabalhem de maneira eficiente e segura com as informações de seus clientes.
Deste modo, a Prosoft Tecnologia já se está antecipando para os desafios que virão, frente a uma expectativa de crescimento de cerca de 30% em 2013, e incrementando seu faturamento. No ano passado, a Prosoft Tecnologia faturou R$ 66 milhões e fechou o ano com um total de 52 franquias. Para dar conta do aumento da demanda, abriu recentemente 150 oportunidades de trabalho em todo o Brasil: 100 vagas para a área de vendas e 50 para o setor de TI.
Meni acredita que na esteira de todo o crescimento registrado pelo setor contábil desde o começo da padronização das normas contábeis, nos primeiros anos deste terceiro milênio, o setor de tecnologia da informação “colou” de vez no Sped.
Entretanto, sempre há entraves de ordem burocrática e tributária que tornam difícil o sucesso de projetos de expansão. “Por estimular a transparência e a consistência das informações contábeis e financeiras das empresas, o Sped pode ser o marco de uma mudança de rota para o Brasil”, analisa o advogado Talles Franco Giaretta, especialista em Direito Empresarial.
“Para se ter uma ideia do problema, ainda há franquias internacionais que não conseguiram se instalar no Brasil e outras que não se expandiram até agora em razão da incompatibilidade entre os prazos exigidos para desembaraço aduaneiro de equipamentos e produtos, e os prazos necessários pela natureza do negócio”, explica o advogado Giaretta.
Com o Sped, o governo vem dando sinais de que compreende a importância de se reduzirem os entraves burocráticos.
Publicado em DCI
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